sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Brasil fabricará satélite para prever temporais


A tragédia na região serrana do Rio de Janeiro causada pelas chuvas levou o Ministério da Ciência e Tecnologia a dar carta branca ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), para investir na construção de um satélite de monitoramento de precipitações. O GPM (sigla em inglês para medida de precipitação global) será fabricado em parceria com os Estados Unidos e vai custar aos cofres públicos o equivalente a US$ 70 milhões (R$ 116 milhões), nos próximos quatro anos. A ideia da Nasa é fazer o lançamento em 2015.

"Já há uma decisão no âmbito do ministério e da Agência Espacial Brasileira. O (Aloizio) Mercadante foi consultado e está de acordo. Estamos bastante tranquilos em relação ao apoio do governo brasileiro", afirmou o diretor do
Inpe, Gilberto Câmara.

No projeto, os EUA entram com os sensores e o Brasil com o suporte energético e de telecomunicações para o satélite. O principal obstáculo, neste momento, é a licitação para a escolha do foguete lançador. O diretor do Inpe descarta o uso dos ucranianos Cyclone 4, a partir da base de Alcântara (MA). Segundo ele, não há garantia de que o projeto, tocado pela binacional Alcântara Cyclone Space, esteja operacional a tempo.

Gelo em nuvem

O secretário de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do MCT, Carlos Nobre, explica que o GPM terá o mecanismo de prevenção mais preciso que existe para monitorar a característica de uma chuva, especialmente a temperatura no interior das nuvens e sua densidade. O sistema que hoje fornece informações ao Brasil não dispõe dos sensores do GPM para avaliar a dimensão de uma tempestade. O Brasil também não tem garantias de receber informações em tempo adequado, o que faz diferença para a emissão de um alerta preciso.

"Ele (o GPM) olha processos físicos que o sistema atual é incapaz de observar. Informações como se há gelo no interior das nuvens. O GPM será muito bem-vindo", diz Nobre.

O chamado GPM Brasil integrará uma família de satélites de órbita baixa que devem monitorar as precipitações em todo o planeta. Os Estados Unidos e o Japão estão construindo a "nave mãe", equipamento de tecnologia altamente avançada, capaz emitir microondas e captar as informações da atmosfera.

No dia 26 de abril, os patrocinadores do projeto se reúnem em Fortaleza (CE) para analisar o cronograma. No encontro, de acordo com Luiz Augusto Machado, pesquisador do Centro de Previsão do Tempo do Inpe, também será decidido se os países não patrocinadores receberão informações ao mesmo tempo que Brasil, EUA e Japão.

"No caso do Rio, se o GPM tivesse passado (na órbita equatorial na época das enxurradas), teríamos a possibilidade de saber o que estava acontecendo. Ter parte do projeto é a única garantia de que o Brasil vai receber as informações no tempo adequado" diz Machado.

Fonte: O Globo


Anatel vai licitar quatro novos direitos de exploração de satélite


A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) abrirá nos próximos dias a consulta pública sobre a licitação para quatro direitos de exploração de satélite voltado a serviços de telecomunicações. A decisão foi aprovada ontem pelo conselho diretor da agência que prevê a realização da licitação até meados de 2011.

De acordo com a conselheira Emília Ribeiro, a Anatel tem pressa para realizar a licitação, pois o Brasil pode perder o prazo definido pela União Internacional de Telecomunicações (UIT) para utilizar o espaço de transmissão de sinal. "A vez do Brasil chegou na fila da UIT. Se não usar até 2014 pode perder para outro país", afirmou.

Segundo Emília, cada espaço colocado em licitação deverá custar pelo menos R$ 4 milhões. As empresas interessadas poderão comprar no máximo dois espaços.

Ela informou que a ideia da Anatel não era realizar um leilão. Porém, mais de duas empresas responderam ao chamamento público realizado pela agência, o que obrigou a agência a realizar licitação pública. Os novos satélites devem ocupar as banda C e Ku.

De acordo com Emília, o modelo de exploração do satélite geoestacionário permitirá o uso de multisserviços de telecomunicações (voz, dados e vídeo). Mesmo se arrematar no leilão uma vaga na órbita do país, a empresa deve requerer antes as licenças específicas para oferecer os serviços TV por assinatura (DTH), internet (SCM) e telefonia fixa (STFC).

"A ampliação da capacidade de satélite será fundamental para a Copa do Mundo e as Olimpíadas", afirmou a conselheira, que mencionou o interesse de diferentes operadoras de satélites. Entre elas, a coreana SC Telecom.

O direito de exploração do satélite assegura a ocupação da órbita pelo prazo de 15 anos, podendo ser prorrogado uma única vez pelo mesmo período. A licença garante a cobertura de todo o território brasileiro, incluído mar e ilhas.

A minuta do edital prevê que poderão participar da licitação empresas com sede e administração no Brasil, isoladas ou em grupo. O texto permanecerá na página da Anatel para receber contribuições do setor pelo prazo de 30 dias contados a partir da publicação.

Fonte: Valor Econômico

Insa e Unicef firmam parceria para projetos de educação contextualizada

O diretor do Instituto Nacional do Semiárido (Insa/MCT), Roberto Germano Costa, e a coordenadora de monitoramento e avaliação de políticas públicas do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Conceição Cardozo, se reunião nesta quinta-feira (10) para firmar parceria que visa fortalecer os projetos de educação contextualizada para a convivência com o Semiárido brasileiro. O objetivo é unir, ampliar e potencializar os trabalhos e as estratégias que são realizadas por essas instituições no âmbito da educação do semiárido brasileiro.

O Insa considera os investimentos em educação contextualizada como uma das suas prioridades e tem desenvolvido projetos nessa área de importante repercussão para o semiárido. Um exemplo é o caso dos 21 cursos de especialização aprovados junto ao edital 35/2010, lançado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Insa para a capacitação de professores e publicação de material didático relacionado com o tema. Além da realização, em parceria com a Rede de Educação do Semiárido Brasileiro (Resab), do 1º Seminário sobre Educação Contextualizada para Convivência com o Semiárido brasileiro, ocorrido em 2010. A segunda versão desse evento está prevista para ocorrer em novembro deste ano, em Petrolina (PE), na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf).

Desde 1999, o Unicef, por meio do projeto Selo Unicef, desenvolve iniciativas para estimular os municípios a executar políticas públicas que assegurem às crianças e adolescentes um espaço de cidadania. Trata-se de um reconhecimento internacional que o município pode conquistar pelo resultado dos seus esforços na melhoria da qualidade de vida infanto-juvenil. Todos os estados que integram o Semiárido estão envolvidos nesse projeto, fortalecido pela criação do pacto "Um mundo para a Criança e o Adolescente do Semiárido", documento assinado pelos governadores, em 2004, que atesta o compromisso assumido em adotar medidas para a melhoria das condições de vida das crianças e dos adolescentes da região, cumprindo metas nas áreas de saúde, educação e proteção.

O diretor do Insa se diz satisfeito com a aproximação e espera que ela contribua para amenizar os problemas da região. "O nosso objetivo é, por meio de projetos educacionais, mostrar as potencialidades do Semiárido, com o compromisso de assumir a semiaridez como vantagem e promover o desenvolvimento humano, valorizando as riquezas da nossa região", afirma Germano.

Já a representante do Unicef avalia a cooperação como "uma grande parceria, porque estamos unindo forças para fortalecer a educação para a convivência com o semiárido brasileiro e contribuir com a integração das políticas públicas de incentivo às ações inovadoras de atenção à população Infanto-Juvenil da região".

Nas próximas semanas, haverá um encontro em Recife (PE), entre o diretor do Insa e o coordenador da Unicef Recife, Salvador Soler Lostão, para formalizar o termo de cooperação e definir as ações e estratégias dessa parceria. 

Fonte: Ascom do MCT

Ciência e Tecnologia querem estar agregadas ao ensino público de qualidade


Um perfeito entrosamento com o Ensino é o desejo de todos os ligados à ciência, tecnologia e inovação. Nesta quinta-feira (10), na reunião nacional do Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (Consecti) um dos assuntos mais discutidos foi justamente a valorização do ensino. O Consecti, inclusive, construirá uma pauta da área a ser encaminhada ao ministro Aluizio Mercadante, da Ciência e Tecnologia.

Segundo o anfitrião da reunião, o Secretário de Ciência e Tecnologia do Distrito Federal, Gastão Ramos, um defensor do ensino público de qualidade não fosse ele um ex-aluno de escolas do GDF e formado pela Universidade de Brasília (UnB), seu desejo veio ao encontro de muitos outros secretários, que defendem a tese de que as universidades estaduais devem estar ligadas à ciência e tecnologia e não à educação, como ocorre na maioria dos Estados.

A reunião nacional do Consecti, realizada na sede da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), antecede o Fórum anual da entidade, previsto para a última semana de março - que deve eleger a nova diretoria da entidade - e serviu como encontro entre os Secretários de Estado que assumiram em janeiro. E ao se apresentar formalmente aos colegas, Gastão Ramos lembrou que a ciência e a tecnologia trabalham com a tríplice hélice.

"A universidade tem a ideia; a indústria transforma esta ideia em produto; e o governo faz com que este produto chegue à população e melhore sua condição de vida", disse ele, acrescentando que um próximo encontro do Consecti, em Brasília, terá como uma das atividades uma visita às instalações do Parque Tecnológico Capital Digital.

"Sempre digo que o Parque Tecnológico de Brasília não será apenas um parque tecnológico na capital do Brasil. Ele será o parque tecnológico do Brasil."

O encontro da Consecti foi presidido pelo secretário de Ciência e Tecnologia do Ceará, René Barreira, e teve a participção do presidente da rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), Nélson Simões, da presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Lucia Mello, do presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnlógico (CNPq), Glaucius Oliva, e do diretor de Tecnologia da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Eugênio Kaszkurewicz. (Secretaria de Ciência e Tecnologia do Distrito Federal)

Fonte: Jornal da Ciência

Dilma promete medidas para melhorar o Enem


A presidente Dilma Rousseff selecionou o tema educação para fazer seu primeiro pronunciamento e apresentar a marca do novo governo. A gravação, com duração de cinco minutos e quarenta e seis segundos, foi ao ar ontem (10), às 20 horas, em rede nacional de rádio e de televisão.

O slogan "Brasil, país rico é país sem pobreza" sobre um fundo verde amarelo substitui a marca "Brasil, um país de todos" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em uma alusão de que o país mudou de patamar e busca parâmetros mais ambiciosos que a mensagem da igualdade social. A marca foi idealizada pelos publicitários João Santana e Marcelo Kertz, responsáveis pela campanha de Dilma à Presidência, e cedida, sem custos, ao Palácio do Planalto.

Em tom otimista e vinculando educação ao desenvolvimento, a presidente afirmou ser necessário que haja um salto na qualidade do ensino. No Palácio do Planalto, a indicação é que ao selecionar a sala de aula como tema do primeiro pronunciamento feito no início do ano letivo, a presidente pretende reforçar essa área como uma das prioridades da sua gestão.

A escolha não deixa de ser, também, uma tentativa de contornar eventuais efeitos negativos para a imagem do governo dos problemas na realização do Sistema de Seleção Unificado (SiSU) em janeiro, nos primeiros dias da nova administração, além dos numerosos erros na execução do Enem.

Dilma informou que neste trimestre serão adotadas três medidas: implantação do programa de acesso às escolas técnicas; ações para acelerar o plano nacional de banda larga; e medidas de correção do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e do (SiSU). "É fundamental aumentar a credibilidade desses importantes instrumentos de avaliação do aluno e da escola", enfatizou.

Além dessas iniciativas de curto prazo, ela enumerou que os objetivos da sua administração na área educacional são manter o plano de ampliação das escolas técnicas, aumentar a oferta de cursos profissionalizantes, melhorar o ensino médio e aprimorar o ensino nas universidades e nos centros científicos e tecnológicos do ensino superior.

Também falou que pretende melhorar a formação e a remuneração dos professores e ampliar o número de creches.


Fonte: Valor Econômico

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Cientistas curam HIV de camundongo



O sistema imune dos animais foi manipulado para lutar até o fim 
contra uma variação do vírus que os atinge

Eis um enunciado científico muito aguardado: cientistas curaram uma doença similar à Aids, em camundongos. Há, porém, um grande entretanto: os bichos ficaram sem uma variação do HIV que atinge a espécie, mas tiveram tantos efeitos colaterais após o "tratamento" que quase morreram. 

Os cientistas não utilizaram antivirais. Forçaram o próprio sistema imunológico dos animais a lutar contra o vírus -e, surpreendentemente, ele conseguiu vencer. 

Eles sabiam que o sistema imunológico dos camundongos, assim como o dos humanos, tem uma espécies de disjuntor. Quando ele se depara com um inimigo muito forte, como o HIV, e atinge um estado crítico, o disjuntor "desliga" o sistema, para evitar danos permanentes. É como se o sistema imunológico estivesse se rendendo. 

O disjuntor é um gene chamado SOCS3, que libera um proteína de mesmo nome que faz o serviço de "derrubar" a defesa do organismo. 

O líder do estudo, o médico Marc Pellegrini, do Instituto Walter e Eliza Hall, na Austrália, pensou: e se tirarmos esse disjuntor e deixarmos o sistema imunológico prosseguir defendendo o organismo até as últimas consequências, o que acontece? 

Foi como se Pellegrini estivesse disposto a pagar para ver o preço de um "superaquecimento" do organismo - para manter a analogia, ele apostou que, após o cheiro de queimado e até incêndios terem destruído permanentemente a "estrutura" do sistema imunológico, o corpo ao menos se livraria do vírus. 

Os pesquisadores, então, utilizaram um hormônio para nocautear o SOCS3 nos camundongos - a expressão que eles usam é essa, como se o gene fosse um boxeador perdendo os sentidos depois de levar uma pancada. 

Sem o SOCS3, a guerra entre o sistema imunológico e o vírus seguiu até que um deles se esgotasse.
 
A experiência mostrou que Pellegrini estava certo. Após 60 dias, já não era possível encontrar o vírus em nenhum dos ratos do pesquisador - e só eles sabem o mal que devem ter passado nesse intervalo, com o seu sistema imunológico "fora de controle", obcecado por acabar com o vírus a qualquer custo. 

O "superaquecimento" do sistema imunológico não ficou de graça: a saúde dos animais ficou danificada após esse processo. 

Os bichos desenvolveram graves e recorrentes inflamações, além de vários tipos de doenças autoimunes - quando o organismo perde a capacidade de reconhecer a si mesmo e passa a se atacar, considerando invasoras as suas próprias células. 

Os pesquisadores dizem que ainda há muito a descobrir sobre como esses efeitos colaterais se desenvolvem. Por enquanto, portanto, a técnica é insegura demais para ser testada em seres humanos, ainda que os mecanismos de reação do sistema imunológico relevantes para a técnica sejam iguais aos dos camundongos. 

Como a técnica não é específica para o HIV, os cientistas acreditam que ela funcione também com outras doenças, como as hepatites B e C e também a tuberculose. 

O trabalho foi publicado na revista científica "Cell". (Ricardo Mioto)

Fonte: Folha de SP

EUA e UE planejam foguete de baixo custo


Uma nova parceria entre empresas da Europa e dos Estados Unidos está dando o maior passo até agora para o compartilhamento de tecnologia de foguetes espaciais. Ela quer construir um foguete comercial confiável que leve astronautas e material científico americanos ao espaço.

A fabricante de foguetes de combustível sólido Alliant Techsystems Inc. e uma unidade da European Aeronautic Space & Defence Co. estão se aliando para propor o desenvolvimento de um foguete de 90 metros - batizado como Liberty - que ambas as empresas veem como um potencial ponto de inflexão nas ambições espaciais do governo americano. A empreitada deve ser anunciada hoje.

Se tiver sucesso, o plano pode ajudar a Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço dos EUA, a Nasa, a poupar dinheiro e ao mesmo tempo acelerar o desenvolvimento de uma substituição de sua frota de ônibus espaciais que estão sendo aposentados. Ao reduzir de maneira significativa os custos de lançamento tradicionais, a sociedade vai também servir como catalisador do avanço de projetos comerciais como o de um hotel inflável, proposto para ficar em baixa órbita e atender a potenciais turistas espaciais, preveem os proponentes do negócio.

Mas a iniciativa, que enfrenta obstáculos financeiros e políticos nos EUA, também foi desde o início planejada para dar um empurrão nas duas empresas. Ela procura combinar tecnologia exclusiva de ambos os lados do Atlântico.

"Os dois sistemas de lançamento" que foram combinados no foguete proposto "combinam melhor do que qualquer um de nós podia imaginar", disse Charlie Precourt, vice-presidente e gerente-geral de sistemas de lançamento espacial da Alliant. "Nada mais", disse ao Wall Street Journal, "poderia minimizar os custos de desenvolvimento" tanto assim nem oferecer "um início tão encorajador".

A Alliant Techsystems, uma das maiores fornecedoras do ônibus espacial, tem sofrido com a decisão da Casa Branca de terceirizar funções básicas da Nasa e contratar táxis espaciais - desenvolvidos e na maior parte operados pela indústria privada - para transportar carga e astronautas à Estação Espacial Internacional. A empresa americana busca nova estratégia para concorrer nesse cenário inédito.

A Eads e sua divisão Astrium tentaram sem sucesso durante anos conseguir contratos espaciais civis nos EUA, inclusive com a Nasa. Agora, a potência aeroespacial europeia encontrou um possível meio de entrar nesses mercados.

Projetado para levar mais de 22 toneladas até a órbita terrestre baixa, o foguete proposto teria potência mais ou menos equivalente à dos maiores propulsores de carga pesada dos EUA e da Europa. De acordo com a Alliant Techsystems, o preço visado é menos de US$ 180 milhões por lançamento, ou até 40% menos que o custo dos lançamentos mais caros da Nasa e da força aérea americana fornecidos por uma joint venture da Boeing Co. com a Lockheed Martin Corp. Os foguetes Liberty serão capazes de transportar astronautas e suprimentos essenciais para manter a estação espacial operando até a próxima década. As parceiras se negaram a discutir os custos de desenvolvimento projetados.

A medida aumenta a pressão em rivais como Boeing, Lockheed e a Space Exploration Technologies Corp., interessadas nos mesmos contratos para levar astronautas e carga para a estação espacial.

Mas antes de qualquer coisa, a sociedade precisa persuadir a Nasa a dar-lhe financiamento inicial de um programa de US$ 200 milhões elaborado para o estímulo a empreendimentos espaciais comerciais. Várias rivais esperam parte daquele dinheiro. Antes de começar o desenvolvimento pleno, os sócios da Liberty também terão de achar um meio de manobrar em meio aos obstáculos políticos previstos no Congresso americano.

A proposta, contudo, coincide com as políticas da Casa Branca e da Nasa que enfatizem sociedades espaciais comerciais e encorajam maior cooperação internacional numa série de iniciativas espaciais.

A Eads e a Alliant Techsystems argumentam que têm uma vantagem significativa sobre as rivais porque seu foguete deve ser um híbrido de tecnologias americana e europeia existentes, projetado desde o princípio com mecanismos de segurança adicional necessários para transportar os astronautas. Isso reduz custos e o tempo de desenvolvimento em relação a muitos rivais, dizem os proponentes. O desenvolvimento de um novo foguete, a começar por componentes não testados, pode custar vários bilhões de dólares e mais de dez anos de trabalho.

"Se as portas forem abertas" e a Nasa concordar em arcar parcialmente com os custos do trabalho no foguete, diz Alain Charmeau, diretor-presidente da divisão de transporte espacial da Astrium, "teremos claramente uma estratégia para entrar nesse mercado".

Contando com equipamento derivado do ônibus espacial e com um voo de teste inicial projetado para talvez já em 2013, o Liberty pretende preservar parte da tecnologia e dos empregos associados com os ônibus. O foguete deve operar a partir do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, o que pode acabar sendo um importante atrativo para a Nasa, as autoridades da Casa Branca e os líderes do Congresso ansiosos em minimizar as demissões e o impacto na Flórida.

Outras partes do foguete proposto são derivadas do europeu Ariane 5, o principal foguete lançador comercial do mundo, que é comercializado pela Arianespace, outra filiada da Eads. Grupos anteriores de empresas americanas que envolviam sócios russos ou europeus não envolviam essas trocas amplas de tecnologia. (Andy Pasztor, do The Wall Street Journal)

Fonte:Valor Econômico

BID praticamente dobra crédito para sustentabilidade


O Banco Inter-Americano de Desenvolvimento aumentou fortemente a destinação de fundos para melhoria ambiental, mudança climática e energias renováveis, chegando ao recorde de US$ 3,5 bilhões em 2009 -quase o dobro do ano anterior.

Os dados são de um relatório elaborado por um grupo independente comissionado pelo BID para revisar suas ações em sustentabilidade. O texto, obtido pela Folha, está sob avaliação pela diretoria do banco e ainda não foi aprovado oficialmente.

O BID deu um salto de US$ 11,2 bilhões em 2008 para US$ 15,5 bilhões em seus empréstimos totais em 2009.

Um total de 15 dos 33 empréstimos aprovados em 2009 (aproximadamente US$ 2 bilhões) estão relacionados a mudança climática e energias renováveis.

Outro US$ 1,8 bilhão foi destinado a projetos sobre água e sistemas sanitários, e US$ 55,3 milhões foram para gerenciamento de risco de desastres naturais.

Os autores mencionam a necessidade de foco em prevenção e mitigação de desastres, citando o terremoto no Haiti, as enchentes na Colômbia e os recentes deslizamentos no Brasil.

No mesmo período, a cooperação técnica para eficiência energética e energias renováveis, gerenciamento de risco e biodiversidade alcançou US$ 62,4 milhões.

O IAG (Grupo Independente de Assessoria em Sustentabilidade), responsável pelo relatório, diz que a forte recuperação da América Latina no pós-crise é uma oportunidade para o BID cumprir o compromisso de aumentar de 5% para 25%, até 2015, a fatia de empréstimos destinados à sustentabilidade.

O grupo afirma que há vários temas em que o banco precisa se empenhar mais, como biodiversidade e ecossistemas. Além de distribuição de renda, igualdade de acesso a serviços e empregos e inclusão social, considerados "tão cruciais para sustentabilidade como crescimento econômico e gerenciamento de recursos naturais".

Os dados de investimentos do BID para 2010 ainda não estão disponíveis -só deverão ser divulgados pelo banco em março. (Andrea Murta)

Fonte: Folha de SP

Plano do MEC de ampliar ensino médio enfrenta resistência do maior parceiro


A principal proposta do Ministério da Educação (MEC) para ampliar o ensino médio integral e profissionalizante vai esbarrar na resistência de quem deveria ser o principal parceiro do projeto, o Sistema S (Sesc, Sesi, Senai, entre outros), coordenado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O projeto prevê a oferta de vagas gratuitas de cursos técnicos no sistema para alunos de escolas públicas usando uma dívida de R$ 3,3 bilhões que Sesi, Senai, Sesc e outras entidades têm com o governo federal. A CNI, no entanto, não reconhece essa dívida.

A proposta de oferecer ensino médio integral e profissionalizante é uma das promessas de campanha da presidente Dilma Rousseff. No entanto, a capacidade do governo federal de oferecer por conta própria vagas em cursos técnicos de nível médio é limitada, apesar da recente ampliação das escolas técnicas federais. Para isso, o MEC propôs - e a presidente aceitou - que o governo federal cobre a dívida do Sistema S, detectada em 2005.

A origem da dívida é o salário-educação, um tributo de 2% sobre a folha de pagamento das empresas cobrado para financiar ações de educação. Parte desse dinheiro vai para o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia ligada ao MEC, e é usado para pagar, entre outras coisas, merenda escolar, transporte e livros didáticos. Outra parte vai para Estados e municípios e uma terceira, para o Sistema S financiar suas ações educativas.

Até 1999, parte do salário-educação era cobrado pelo FNDE, parte pelo INSS. A partir de 2000, o INSS concentrou toda a cobrança e passou a dividir os valores pelas quatro partes. Na época, o cálculo era de que o FNDE teria direito a 33% do arrecadado. Em 2005, o governo refez a conta e descobriu que o FNDE deveria receber 42,5% por ano. Todo o dinheiro dessa diferença, R$ 3,3 bilhões, havia sido destinado ao Sistema S.

Na época, a diretoria do sistema afirmou que, se comprovada a dívida, sentaria com o governo federal para encontrar uma forma de devolver os recursos. Desde então, nada foi feito.

Agora, o MEC encontrou nessa dívida a solução para cumprir a promessa de Dilma. A ideia é que os jovens façam o ensino médio em uma escola pública e, no contraturno, um curso técnico em uma das escolas do Sistema S, que hoje oferece parte das vagas gratuitas - fruto de outro acordo com o MEC - e parte paga. Pela proposta, as entidades teriam de oferecer mais bolsas, até completar o valor que supostamente devem ao governo federal.

Questionada pelo Estado sobre esses recursos, a CNI, responsável direta pelo Sesi e pelo Senai, as principais entidades de treinamento do Sistema S, apenas disse que não reconhece essa dívida e não comentaria mais o assunto. No MEC a posição é de que, se houver resistência, será aberta uma negociação com o Sistema S.

A razão pela qual o MEC concentra esforços nesse projeto é porque as demais propostas têm pouco potencial para ampliar o número de vagas profissionalizantes. Uma delas, chamada de ProUni da educação técnica, prevê a redução de impostos de escolas técnicas particulares em troca de bolsas, da mesma forma que hoje é feito com as universidades privadas. O outro projeto é a ampliação do Financiamento Estudantil para o Ensino Técnico. No entanto, as vagas privadas nessa modalidade de ensino representam apenas 12% das vagas no ensino médio integrado com profissional, que o MEC pretende ampliar. (Lisandra Paraguassu)

Fonte: O Estado de SP

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Mata Atlântica tem 80% de sua área em terras privadas, mostra estudo


Mais ameaçado dos biomas brasileiros, 80% dos remanescentes da Mata Atlântica estão concentrados nas mãos de proprietários privados, o que torna o bioma mais suscetível a desmatamentos - principalmente se for adiante a proposta de alteração do Código Florestal, que tramita no Congresso Nacional.

Há no País pelo menos 17 milhões de hectares que descumprem as premissas do atual Código Florestal e podem ser recuperados. São áreas de preservação permanente (APPs), como margens de rios e topos de morros e de reserva legal nas propriedades agrícolas. Caso seja reduzida a área destinada à proteção permanente, como prevê a proposta do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), o País não cumprirá os compromissos internacionais firmados em outubro na Convenção de Biodiversidade da ONU, realizada em Nagoya, no Japão.

É o que mostra o estudo Convenção sobre Biodiversidade Biológica - Metas 2010 Mata Atlântica, elaborado pela ONG WWF-Brasil e o Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e apresentado ontem, em São Paulo.

"O principal desafio hoje para a recuperação da Mata Atlântica é reverter a proposta de mudança no Código Florestal. Se isso ocorrer, como querem entidades ligadas ao agronegócio, não cumpriremos a meta firmada em Nagoya de proteger 17% do bioma até 2020", afirma Cláudio Maretti, superintendente de conservação do WWF-Brasil.

Ele explica que na situação atual o País já não cumpriria o acordo, pois o bioma está restrito a 7,9% da cobertura original, num total de 102 mil km². Quando o Brasil foi descoberto, em 1500, a Mata Atlântica cobria nada menos que 1,3 milhão de km², em toda a sua extensão. O bioma é importante também por abrigar 65% das espécies ameaçadas de extinção no Brasil - muitas são endêmicas, ou seja, só existem no bioma.

Para o WWF-Brasil, uma das maneiras de aumentar a proteção do bioma é estimular a criação de unidades de conservação em áreas privadas. Hoje existem 627 reservas privadas (RPPNs) de Mata Atlântica em todo o País, que protegem 0,1% do bioma. Parques nacionais e estaduais somam apenas 2,3% da área protegida da Mata Atlântica.

"Os proprietários privados são fundamentais para se resguardar o que resta da floresta. Mas praticamente não existe política pública para incentivar a criação de reservas particulares", diz Luciana Simões, coordenadora do Programa Mata Atlântica do WWF-Brasil. Ela também defende o uso de ferramentas econômicas para estimular a preservação, como o pagamento a agricultores que preservarem seus remanescentes de floresta.

Só em São Paulo, existem73 mil hectares de remanescentes de Mata Atlântica que podem ser transformados em áreas de proteção. Segundo Clayton Ferreira Lino, presidente do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, há no Estado áreas ainda intocadas do bioma.

É o caso da mata que abriga as nascentes do Rio Paranapanema, na região de Capão Bonito, no sudeste do Estado. "É uma área bastante preservada, que abriga nascentes e espécies ameaçadas de extinção, como o cachorro-vinagre. Também há um casal de onças-pintadas vivendo lá", diz.

Lino explica que a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica é hoje a maior dentre todas as 564 Reservas da Biosfera reconhecidas pela Unesco em 109 países. "A Mata Atlântica está entre as 35 áreas prioritárias do mundo."

Outro levantamento divulgado nesta semana, pela ONG Conservação Internacional, apontou a Mata Atlântica como o quinto mais ameaçado do mundo, atrás apenas de florestas localizadas na Nova Zelândia, Indonésia, Malásia e Filipinas. (Andrea Vialli)

Fonte: O Estado de SP

Inpe inaugura Laboratório de Pesquisas Ambientais

O novo Laboratório de Pesquisas Ambientais (Lapam) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) foi inaugurado na última sexta-feira (4). O espaço fica no prédio do Laboratório de Instrumentação Meteorológica (LIM) do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cpetec) do Inpe, em Cachoeira Paulista (SP).

O Lapam faz parte do projeto "Implementação de um Sistema de Monitoramento Atmosférico para o Estudo dos Impactos das Queimadas na Qualidade do Ar e no Clima", que teve início em 2008.

Além do Inpe, também participam da iniciativa o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Paulista (Unesp) de Rio Claro e o Instituto de Pesquisas Meteorológicas (IPMet) de Bauru.

Segundo a pesquisadora do Cptec Maria Paulete Martins, uma das principais contribuições do projeto foi a aquisição e instalação de um conjunto de equipamentos de alta tecnologia para o monitoramento de aerossóis de queimadas de cana-de-açúcar no estado de São Paulo. A pesquisadora divide com Eduardo Landulfo, do Ipen/USP, a coordenação do projeto.

"O Lapam abriga equipamentos com tecnologia de ponta, que permitem trabalhar na fronteira do conhecimento sobre qualidade do ar e perfil de aerossóis na baixa atmosfera", destaca Paulete. Como parte dos objetivos, o Laboratório do Instituto foi adequado para o desenvolvimento de pesquisas nas áreas de qualidade do ar, aerossóis atmosféricos, chuva ácida e contaminação ambiental.

O projeto conta com o apoio da Petrobras e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Com esse apoio foi possível a capacitação de cinco equipes de universidades e institutos de pesquisa. (Assessoria de Comunicação do MCT)

Fonte: Jornal da Ciência

Fábrica de vacina contra gripe do Butantã entra em funcionamento


A fábrica de vacina contra influenza do Instituto Butantã, em São Paulo, está finalmente funcionando - embora com pouco mais de 10% da capacidade. Isso significa que, neste ano, parte da população brasileira vai receber a vacina contra a gripe totalmente nacional. Até então, a vacina era importada e apenas envazada pelo instituto.

Anunciada em 2004 e inaugurada em 2007, a fábrica da influenza ainda não tinha conseguido cumprir todas as etapas para disponibilizar a vacina da gripe - o que provocou problemas de abastecimento na última campanha de vacinação.

O Butantã pretende entregar de 2 a 6 milhões de doses da vacina tríplice (que inclui o vírus H1N1 e mais dois que estão em circulação) para a campanha deste ano. A fábrica, no entanto, foi projetada para produzir 20 milhões de doses. E o Ministério da Saúde informou que pretende adquirir 30 milhões de doses.

O anúncio do funcionamento integral da fábrica foi feito na sexta-feira (4/2), durante a posse do novo diretor do instituto, o médico imunologista Jorge Kalil Filho. "Vacina é o ato médico mais eficaz que existe. Nesta primavera vamos começar a campanha de vacinação da gripe com doses completamente produzidas aqui."

Apesar de a fábrica ter sido oficialmente inaugurada em 2007, o superintendente-geral do Butantã, Hernan Chaimovich, diz que não houve atraso para o início da produção. "O que foi inaugurado em 2007 foi o prédio. O processo de fabricação é muito mais complexo, envolve etapas de adequação e de validação. E esse processo demorou três anos. A fábrica está em operação integral desde o fim do ano passado", afirmou.

Segundo Kalil, o maior desafio do Butantã é conseguir produzir vacinas contra doenças que não proporcionam imunidade depois que as pessoas se contaminam, como uma vacina contra o vírus HIV, por exemplo. Além disso, uma das suas prioridades será investir na produção de uma vacina eficaz contra a dengue - o que já acontece.

O instituto vai iniciar os testes de segurança contra os quatro sorotipos da dengue no segundo semestre em uma fábrica piloto. Serão selecionados cem voluntários saudáveis - que nunca tiveram dengue antes e não possuem nenhuma outra doença.

"A nossa preocupação é, no futuro, quando tivermos de estudar pessoas que já tiveram dengue, ter a certeza de que essa vacina foi capaz de desencadear uma resposta imunológica para os quatro tipos de vírus", diz Alexander Precioso, diretor de ensaios clínicos do Butantã.

De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Giovanni Guido Cerri, a intenção é disponibilizar a vacina contra a dengue para a população brasileira em 2015. (Fernanda Bassete)

Fonte: O Estado de SP

Projeto do CPqD quer tornar internet mais rápida


Imagine baixar, em um segundo, 1,4 mil longas-metragens. Ou fazer 1 bilhão de chamadas de voz simultâneas via internet. Essa é a capacidade oferecida por uma conexão de 8 terabits por segundo (Tbps), que o CPqD prevê alcançar até o fim do ano, usando uma única fibra óptica.

Criado há 34 anos, o CPqD era o centro de pesquisas do Sistema Telebrás. Com a privatização, tornou-se uma fundação privada sem fins lucrativos, que tem como maior fonte de receita projetos que desenvolve para empresas. É o principal centros de desenvolvimento de tecnologia de telecomunicações do País.

"Temos condições de competir com as empresas internacionais", disse Hélio Graciosa, presidente do CPqD. "Só precisamos ser mais seletivos, porque temos menos recursos e menos engenheiros."

Sediado em Campinas, no interior de São Paulo, o CPqD emprega 1,2 mil pessoas e registrou, em 2010, receitas de cerca de R$ 230 milhões. Desse total, um quarto veio de fundos setoriais do governo, para financiamento de pesquisa. O restante foram projetos com empresas.

Na sexta-feira (4), o CPqD inaugurou um laboratório de etiquetas inteligentes. São quatro suas linhas principais de pesquisa: banda larga, smart grid (tecnologia da informação e telecomunicações aplicadas à rede elétrica), cidades digitais e banco do futuro.

Inovação. Desde 1998, quando houve a privatização da Telebrás, foram vendidos R$ 15 bilhões em produtos com tecnologia do CPqD. Como a medida da inovação é o resultado financeiro obtido a partir da pesquisa, esse é um número importante.

Várias empresas surgiram a partir do CPqD, como a Padtec, que fabrica equipamentos de comunicações ópticas; a Trópico, que fornece centrais telefônicas; e a ClearTech, responsável pela solução tecnológica da portabilidade numérica. Essas empresas, que tem o centro como acionista, recebe tecnologia desenvolvida nos laboratórios do CPqD, e a transforma em produtos.

O sistema que permitirá transmitir 8 Tbps em uma única fibra está sendo desenvolvido num projeto chamado 100 Geth. Ele usa tecnologia WDM (sigla em inglês de multiplicação por divisão de comprimento de onda). Na prática, torna possível transmitir vários sinais ópticos simultaneamente em uma só fibra, como se fossem luzes de cores diferentes, cada uma delas carregando um fluxo de informações.

O 100 do nome do projeto refere-se aos 100 gigabits por segundo (Gbps) de velocidade de cada um desses comprimentos de onda. Os equipamentos comercializados pela Padtec, por exemplo, chegam a um décimo disso. O WDM permite colocar até 80 sinais simultâneos numa única fibra, o que totalizará 8 Tbps. Até agora, o CPqD conseguiu colocar 32 deles, chegando a 3,2 Tbps. O laboratório do centro aguarda a chegada de novos equipamentos, para alcançar os 80 comprimentos de onda simultâneos.

Vanguarda. "Essa pesquisa representa o estado da arte das comunicações ópticas mundiais", disse Paulo Cabestré, diretor de redes convergentes do CPqD. Segundo ele, os grandes fornecedores mundiais de equipamentos de telecomunicações encontram-se no mesmo nível que o CPqD. "Usamos equipamentos no nosso laboratório que fomos o segundo ou o terceiro no mundo a comprar."

O objetivo é terminar a pesquisa ainda este ano, e então transferir a tecnologia para a Padtec, que pode lançar produtos em 2012. Os equipamentos serão destinados às redes de transporte de dados das operadoras, e não ao acesso que chega à casa dos clientes. O CPqD participou das primeiras pesquisas com fibras ópticas no Brasil, ainda na década de 1970.

Além das pesquisas com comunicações ópticas, o CPqD tem uma grande aposta nos sistemas sem fio, com duas aplicações principais: a inclusão digital e smart grid. Uma das empresas que saíram do CPqD, a WXBR, tem como foco as telecomunicações sem fio. (Renato Cruz)

Fonte: O Estado de SP