sexta-feira, 4 de março de 2011

Museu promove concurso de vídeo de difusão científica


Inscrições abertas para o Minuto Científico, concurso de vídeos 
de difusão científica latinoamericana e caribenha.

Organizada pelo Museu Exploratório de Ciências (MC), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a premiação será dia 30 de maio, na 12ª Reunião Bienal da Rede de Popularização da Ciência e Tecnologia na América Latina e no Caribe (RedPop), realizada em Campinas (SP).

Com o tema "Transformação", o concurso aceita trabalhos nas categorias Jovem, para participantes com até 18 anos de idade, e Adulta. Os vídeos com duração entre 60 e 120 segundos, devem ser inscritos em apenas uma das três grandes áreas do conhecimento: ciências humanas e sociais, exatas e tecnológicas e biológicas. Para cada vídeo submetido, o participante deve encaminhar um resumo de até 250 palavras, link da produção no Youtube, declaração de posse e cessão de direitos autorais e ficha técnica da obra.

A inscrição vai até 11 de março, na página da 12ª Bienal da Red Pop (http://www.mc.unicamp.br/redpop2011) e custam US$ 10, ou o seu valor correspondente em reais. Os interessados podem inscrever quantos trabalhos desejar, sendo necessário efetuar o pagamento da taxa de inscrição para cada vídeo enviado.

Os trabalhos serão premiados nas categorias Jovens e Adultos, em cada uma das áreas de conhecimento. Para cada obra vencedora, o prêmio é de US$ 500. Além disso, os vídeos premiados têm garantida a sua exibição nos portais: Revista Fapesp Online, 17ª Mostra Ver Ciências e Museu Exploratório de Ciências.

O Minuto Científico objetiva estimular, localizar e qualificar a produção espontânea, dispersa ou institucional no âmbito da divulgação e difusão científica, que pode ocorrer por iniciativas individuais ou institucionais diversas, tais como, escolas, universidades, museus de ciência e tecnologia, sites, ONGs, centros culturais, empresas de base científica e tecnológica, entre outros.

Organizado pelo MC, associado à Red Pop, o concurso é promovido com apoio do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) e do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast/MCT), do Rio de Janeiro

Fonte: Agência MCT

União das instituições de C&T fortalece a Amazônia


Ampliar os investimentos públicos federais em CT&I, estimular uma política pública para a fixação de doutores na Amazônia e atrair para a região empresas com base tecnológica, foram alguns dos pontos debatidos durante o Fórum Regional Norte do Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de CT&I (Consecti).

O evento, que aconteceu nesta quinta-feira (3), no auditório da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), contou com a participação de representantes das secretarias de Ciência e Tecnologia e das Fap's dos estados de Roraima, Amapá, Rondônia, Tocantins e Amazonas. Durante o encontro, foi discutida a aplicação do Plano Nacional de C&T para a região Norte e foram traçadas as diretrizes de um documento oficial, contendo 15 tópicos, que será entregue ao ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, na próxima reunião do Conselho, nos dias 31 de março e 01 de abril, em Palmas (TO). Este evento contará também com a participação do presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia e Comunicação (CCT) do Senado Federal, Senador Eduardo Braga (PMDB-AM).

O Fórum foi realizado pela Secretaria de Ciência e Tecnologia do Amazonas. O titular da secretaria, Odenildo Sena, ressalta que é preciso haver uma maior união entre os estados do Norte para que haja, de fato, desenvolvimento. "Imagine quantas ações poderíamos realizar para a Amazônia somando competências?".

Uma das mais relevantes propostas aprovadas foi a implantação de um fórum permanente e atento de secretários e dirigentes de fundações de amparo à pesquisa da região Norte. "Precisamos inserir um representante do Norte em comitês importantes que definem para onde vão os recursos", ressalta Odenildo, autor da sugestão. Ele destaca ainda que é preciso ocupar espaços já criados, como as parcerias com o CNPq, a Capes e o INCT. "Mas, para isso, precisamos nos fortalecer, nos unir e cuidar constantemente de nossos interesses".

Ele destaca, ainda, a necessidade de efetivar os interesses especificamente da região amazônica. "Todo o mundo se encanta com a Amazônia, mas efetivamente pouca coisa tem sido efetivada e o que tem sido feito é por esforços locais". O Diretor de Ciência e Tecnologia do Estado de Tocantins, Alan Rickson Andrade, também defende a ideia e afirma: "precisamos provocar as instituições federais para que elas possam trazer investimentos para fortalecer a região"; seguido do secretário de Estado de Ciência e Tecnologia do Amapá, Antônio Cláudio Almeida: "precisamos nos fortalecer, unindo esforços para tirar da floresta a sustentabilidade econômica dos estados".

Participação das FAP's

A presidenta da Fapeam, Maria Olívia Simão, salienta que a presença das FAP's num fórum que se discute as temáticas, as fragilidades e as potencialidades da Amazônia é extremamente importante. "Encurta o tempo de debate e confronta diferentes visões, permitindo alavancar cada vez mais ciência e tecnologia na região", disse.

Quanto ao movimento instalado na Amazônia, com o lançamento das FAP's do Amapá, em janeiro, de Tocantins, ainda no mês de março, e, futuramente, a de Rondônia, Olívia destaca que o setor político está enxergando o quanto é estratégico ter "ciência e tecnologia como eixo transversal de apoio ao desenvolvimento sustentável". Para a dirigente da Fapeam, há uma percepção, principalmente na Amazônia, de que o desenvolvimento sustentável só é possível com o conhecimento das riquezas da biodiversidade e da diversidade social da região.

Fonte: Comunicação SECT-AM

Estudo do CGEE e Cepal analisa seis décadas de crescimento econômico


O Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) concluiu um estudo inédito sobre o desenvolvimento econômico de 14 países asiáticos e latino-americanos no período de 1950 a 2007. O documento, produzido em parceria com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), contém análise de especialistas brasileiros que permitem compreender, por exemplo, o crescimento acelerado da China, a estagnação da Venezuela e a industrialização da Coréia.

"Padrões de desenvolvimento econômico: um estudo comparado de 14 países" analisa e compara o desenvolvimento econômico das sete maiores economias da América Latina e do Caribe (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Venezuela), e seis entre as maiores economias em desenvolvimento da Ásia (China, Coréia, Filipinas, Índia, Indonésia e Tailândia), além da Rússia, único país incluído na análise cujo território se estende até a Europa. O estudo teve duração de aproximadamente um ano e meio.

Os sete latino-americanos avaliados concentram 77% da população e quase 90% do Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina e do Caribe. Já os seis asiáticos detêm 76% da população e cerca de 40% do PIB do continente. "O documento representa mais que uma base de dados completa, pois contempla uma análise aprofundada desses dados", afirma o diretor do CGEE e supervisor do projeto, Antonio Carlos Galvão. "Pode ser o início de um grande debate sobre economia do desenvolvimento entre especialistas desse conjunto especial de países", diz.


Para o lançamento do livro, com data a ser definida, o CGEE organizará um seminário internacional, em Brasília, com a presença de representantes dos países e tradicionais analistas da economia do desenvolvimento. O estudo comparativo do CGEE e da Cepal analisa as formas específicas com que cada país exibiu capacidade de investir e crescer de forma sustentada ao longo das últimas décadas, ou deixou de fazê-lo por um período longo. O modelo analítico foi concebido com o objetivo de equiparar as distintas bases de dados de forma a permitir a comparação rigorosa entre as 14 nações. A partir deste alicerce único e compatível, tornou-se possível identificar semelhanças e diferenças entre os países.

O estudo, sob a coordenação técnica do economista Ricardo Bielschowsky, da Cepal, distingue três períodos. Primeiro, o de crescimento com industrialização, de 1950 até os anos finais da década de 1970 ou começo da década de 1980. Na sequência, o período imediatamente posterior, até 2002, em que o crescimento com industrialização se restringiu aos países asiáticos (à exceção das Filipinas), e em que o Chile também cresceu pela via do modelo primário-exportador.

Por fim, o período de 2003 a 2007, em que todos cresceram, amparados pela forte expansão da economia mundial. Nesse último período, o crescimento dos latino-americanos e da Rússia foi puxado pelas exportações de commodities, enquanto os asiáticos cresceram utilizando-se das exportações de bens industriais.

Asiáticos mais fortes
O documento mostra que, de 1950 a 2006, o crescimento dos asiáticos foi superior aos latino-americanos. As taxas de expansão dos dois países que menos cresceram na Ásia (Índia e Filipinas) são próximas às dos dois que mais cresceram na América Latina - Brasil e México. Três países asiáticos (China, Coreia e Tailândia) se expandiram a uma taxa média bem superior aos outros. E três latino-americanos (Argentina, Venezuela e Peru) tiveram taxas de expansão modestas em comparação aos demais. No período de 2003 a 2008 todos os países estudados voltaram a crescer de forma mais acelerada.

Utilizando uma metodologia que teve como ponto de partida a coleta de dados internacionais, de órgãos como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), o livro revela que os países de maior crescimento do produto foram também os de maior expansão do investimento. Ou seja, é possível verificar uma estreita correlação entre crescimento e ajuste da capacidade produtiva.

O México, país que recebeu bilhões de dólares de investimentos dos Estados Unidos, nos últimos anos se tornou refém dessa situação cômoda. "O país se encontra em uma encruzilhada, pois é muito dependente da economia norte-americana. Os investimentos externos são um fator determinante na história desses países", explica o assessor do CGEE Hugo Paulo Vieira, líder do estudo.


"O Brasil vive uma situação mais confortável que a Venezuela, por exemplo, que depende da produção de petróleo, praticamente seu bem único. Nas últimas décadas, o Brasil harmonizou os investimentos em serviços e indústria. Essa prática trouxe maior equilíbrio para a economia", diz. Por outro lado, lembra Vieira, o Brasil tem capacidade de produção científica, mas dificuldade de gerar riqueza a partir desse conhecimento.

O fenômeno chinês
"A Ásia se beneficiou da expansão japonesa, em um primeiro momento, e do crescimento chinês, nas últimas décadas", afirma Antonio Carlos Galvão. "Além disso, os Estados Unidos patrocinaram a Ásia como nunca fizeram com a América Latina", diz.

Particularmente sobre a China, Galvão menciona que o país constituiu uma exceção no contexto da globalização. Para o diretor do CGEE, os países hegemônicos se beneficiaram diretamente da pujança da economia chinesa e, simultaneamente, fizeram vistas grossas à subversão de princípios de ordem global no país, seja nesses campos da propriedade industrial, das relações monetárias e cambiais, das normas trabalhistas ou outros aspectos. "A China agregou 400 milhões de consumidores em 30 anos. É mais que o dobro da população do Brasil", diz. O desafio deles agora, lembra Galvão, é alcançar a autonomia tecnológica, como ressalta o capítulo dedicado à China.

Na conclusão, é possível identificar três semelhanças básicas entre os países, todas referentes à transformação estrutural. Primeiro, todos passaram por um processo de industrialização. Segundo, todos atravessaram um intenso processo de urbanização, ainda que os latino-americanos o tenham feito antes e de forma mais rápida e descontrolada que a maioria dos asiáticos. E, finalmente, em quase todos os países houve oferta praticamente ilimitada de mão de obra.

"Percebemos, depois das análises, que a inovação é mais relevante em estágios mais avançados de desenvolvimento", afirma Galvão. O economista explica, ainda, que a inovação se encontra sempre associada a uma etapa prévia de realização de expressivos investimentos fixos.

O livro "Padrões de desenvolvimento econômico: um estudo comparado de 14 países" contém centenas de tabelas, gráficos e quadros. O documento está passando por revisão e, quando concluído, deverá ter aproximadamente 700 páginas. Cada país é analisado individualmente por um ou mais especialistas.

Fonte: CGEE

Brasil deve passar Itália e se tornar a 7ª maior economia


O Brasil provavelmente já se tornou a sétima maior economia do mundo. Segundo estimativa de Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, o Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 3,675 trilhões em 2010 corresponde a US$ 2,089 trilhões, tomando-se a cotação média do dólar no ano. Com esse valor, o PIB brasileiro ultrapassa o da Itália no ranking do FMI, que é de US$ 2,037 trilhões.

Ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega,comemorou a nova posição no ranking. "Se considerarmos o PIB a preços de paridade e poder de compra, atingimos R$ 3,6 trilhões, o que nos coloca em sétimo lugar, superando França e Reino Unido." A meta do governo Dilma Rousseff é concluir o seu mandato com o Brasil como a quinta maior economia do mundo.

Agostini ressalva que o ranking do PIB do FMI ainda tem uma estimativa para o crescimento em 2010 da Itália, e não o resultado efetivo do ano. Se a comparação for feita com a estimativa do PIB em 2010, que também é o que ainda consta do ranking,

a Itália está na frente - o tamanho da economia brasileira seria de US$ 2,024 bilhões. Segundo Agostini, o FMI só incluirá no seu ranking os resultados efetivos do crescimento do PIB dos diversos países em abril."Só aí dá para dizer com100%de certeza que o Brasil já é a sétima maior economia", diz.

A estimativa do FMI de crescimento do PIB italiano em2010 é de 1%, enquanto o resultado efetivo foi de 0,1%. É bem possível que o tamanho do PIB da Itália caia quando o resultado efetivo for incluído em abril. Mas pode haver mudanças também no
câmbio médio utilizado para converter para dólares.

No caso brasileiro, apesar de a estimativa de alta do PIB do FMI para 2010 ser exatamente os 7,5%, o valor do PIB no ranking é menor do que o calculado por Agostini por causa do uso de uma taxa de câmbio diferente. Agostini nota que, ao final de 2011, o Brasil deve estar na frente da Itália, já que as expectativas de crescimento brasileiro são maiores. Em termos cambiais, ele espera que tanto o euro quanto o real se valorizem ante o dólar.

Pelas previsões de Agostini, o Brasil será a quinta maior economia do mundo em 2018, com PIB de US$3,3 trilhões, e atrás de EUA, China, Japão e Alemanha.

Ranking. A alta de 7,5% do PIB em 2010 coloca o País na terceira posição do ranking dos maiores crescimentos elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que inclui nações com economias relevantes que já tenham divulgado as contas nacionais do ano. Em primeiro e segundo lugares estão China e Índia, com respectivamente 10,3% e 8,6% de crescimento. O quarto e quinto colocados são Coreia do Sul (6,1%) e México (5,5%). O mundo cresceu 5% no ano passado.

Segundo Mantega, o Brasil teve o quinto maior crescimento do G-20 (grupo das 20 maiores economias), atrás de China, Índia, Argentina e Turquia.

Fonte: O Estado de São Paulo

Ministro da Ciência e Tecnologia anuncia Comissão do Futuro


Conheça os 21 membros do grupo presidido pelo neurocientista Miguel Nicolelis.

O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, anunciou nesta quinta-feira (3), em visita à Escola Alfredo Monteverde, no Instituto Internacional de Neurociências de Natal, a composição da Comissão do Futuro, que irá discutir os rumos da ciência brasileira no próximo ano.

O grupo tem o papel de discutir os rumos da ciência brasileira a longo prazo. São 21 membros (veja lista abaixo), entre cientistas brasileiros e internacionais, presididos pelo neurocientista Miguel Nicolelis. A professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Selma Jerônimo, que atua na área da saúde, está entre os convidados.

A seleção foi capitaneada pelo próprio Nicolelis, convidado há cerca de dois meses para presidir a Comissão pelo ministro. O critério utilizado foi o de cientistas de renome, participantes de diversas áreas como Filosofia, Matemática, Física, Biologia e até duas jornalistas, com disposição para discutir o Brasil e o futuro da ciência. "Queremos discutir o futuro antes que o futuro nos discuta, antes que sejamos ultrapassados por ele", explicou o cientista. "A intenção é fazer as pessoas discutirem ciência nesse País como discutem futebol", complementou Nicolelis.

A primeira reunião da Comissão do Futuro será em abril, mas apenas com os cientistas brasileiros. Entre os membros do grupo, há sete pesquisadores estrangeiros. "Temos uma comissão internacional de grande respeito, a exemplo do que acontece na Europa e nos Estados Unidos", encerra o ministro Aloízio Mercadante.

A primeira reunião da Comissão do Futuro será em abril, mas apenas com os cientistas brasileiros. Entre os 21 convidados, há sete pesquisadores estrangeiros. "Temos uma comissão internacional de grande respeito, a exemplo do que acontece na Europa e nos Estados Unidos", completa o ministro Aloizio Mercadante.

Lista de membros
Comissão do Futuro da Ciência Brasileira - Ministério da Ciência e Tecnologia
* Presidente: Miguel A. L. Nicolelis, Duke University e ELS-IINN

Membros efetivos
* Alan Rudolph, Biólogo, International Neuroscience Foundation, EUA
* Alexander Triebnigg, Médico, Presidente da Novartis, Brasil
* Conceição Lemes, Jornalista, Brasil
* Débora Calheiros, Pesquisadora, EMBRAPA, Brasil
* Jon H. Kaas, Neurocientista, Vanderbilt University, US National Academy of Science, EUA
* Luiz A. Baccalá, Engenheiro, Escola Politécnica, USP, Brasil
* Luiz Belluzzo, Economista, Professor Emérito UNICAMP, Brasil
* Mariano Sigman, Neurocientista, Universidade de Buenos Aires, Argentina
* Marilena Chauí, Filósofa e Professora, USP, Brasil
* Mariluce Moura, Jornalista, FAPESP, Brasil
* Mauro Copelli, Físico, UPFE, Brasil
* Patrick Aebischer, Neurocientista, Presidente da École Polytechnique Fédérale de Lausanne, Suíça
* Ricardo Abramovay, Cientista Político, FEA-USP, Brasil
* Robert Bishop, Cientista Computacional, ex-CEO da Silicon Graphics, EUA
* Ronald Cicurel, Matemático e Filósofo, Suíça
* Selma Jeronimo, Médica-Pesquisadora, UFRN, Brasil
* Stevens Rehens, Biólogo, UFRJ, Brasil
* Thereza Brino, Educadora em Tecnologia da Informação, Brasil
* Victor Nussenzweig, Médico, New York University, Brasil/EUA
* William Feiereisen, Cientista Computacional, Intel, EUA

Fonte: Agência MCT

quarta-feira, 2 de março de 2011

Satélite para estudar aerossóis


Nasa informa que contagem para o lançamento deve começar na sexta-feira (4).
A nova missão científica objetiva oferecer informações que permitam uma melhor compreensão de como o Sol e os aerossóis influenciam o clima terrestre.

Aerossóis são minúsculas partículas líquidas ou sólidas suspensas na atmosfera que têm papel crítico no clima do planeta e estão presentes em praticamente todos os locais, do ar na superfície onde os humanos respiram até as mais elevadas camadas da atmosfera.

Os aerossóis medem de um centésimo de micrômetro, ou o tamanho das menores bactérias, a dezenas de micrômetros, ou o diâmetro de um fio de cabelo.

Dos equipamentos do Glory, o sensor de polarimetria (APS, na sigla em inglês) coletará dados sobre os aerossóis atmosféricos, tais como forma, composição e refletividade dos diferentes tipos de partículas. O monitor de irradiância total (TIM) medirá variações na atividade solar ao medir a quantidade de radiação que atinge o topo da atmosfera terrestre.

Os dados enviados pelo satélite de meia tonelada permitirão realizar medidas precisas da influência dos aerossóis e da energia solar no clima terrestre. Segundo os responsáveis pela missão, os dois fatores influenciam o balanço energético da Terra - relação entre a energia que entre e a que sai pela atmosfera - e seu conhecimento será importante para antecipar mudanças futuras no clima e como elas poderão afetar a vida no planeta.

O Glory se juntará a uma frota de satélites de observação terrestre conhecidos como Constelação A, ou Trem A, destinados ao estudo da biosfera e do clima do planeta.

Mais informações: www.nasa.gov/mission_pages/Glory/main/index.html

Fonte: Agência Fapesp

Relatório de Atividades do INCT para Mudanças Climáticas está na web


Documento reúne informações sobre os 26 projetos de pesquisa integrantes dessa iniciativa. Os principais resultados e destaques do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT-MC) em 2009 e 2010 estão disponíveis na Internet, nas versões em português e inglês. O Relatório de Atividades reúne informações sobre os 26 projetos de pesquisa integrantes dessa iniciativa.

O INCT para Mudanças Climáticas, com sede no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos (SP), reúne a maior e mais abrangente rede interdisciplinar de instituições de pesquisa em meio ambiente no Brasil, envolvendo mais de 90 grupos de pesquisa de 65 instituições e universidades brasileiras e estrangeiras, com mais de 400 participantes. É um ambicioso empreendimento científico criado para prover informações de alta qualidade relevantes para ajudar o país a cumprir os objetivos do seu Plano Nacional sobre Mudança do Clima.

Os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia foram criados em 2008 pelo Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT). São financiados pelo Conselho de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação (MEC) e por agências estaduais de fomento. Os INCTs do Estado de São Paulo recebem financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Hoje, há 123 INCTs em funcionamento, cobrindo a maior parte das áreas da Ciência e da Tecnologia.

Destaques científicos

O Relatório de Atividades do INCT-MC traz, em seus destaques científicos, resultados relacionados à base científica das mudanças climáticas, aos impactos, adaptação e vulnerabilidade às mudanças climáticas, à mitigação de seus efeitos e aos produtos tecnológicos necessários para enfrentar o desafio dessas alterações ambientais.

Cenários climáticos para a América do Sul, por exemplo, prevêm que até o final do século 21 um forte aquecimento (4°C-6°C) aumentará o gradiente de temperatura entre o continente e o Oceano Atlântico Sul. Com esse aquecimento, as projeções apontam que as áreas do norte do continente, que compreendem a Amazônia e o Nordeste do Brasil, deverão experimentar deficiência de chuvas (com redução de até 40%), enquanto no sudeste da América do Sul, incluindo a bacia Paraná La Plata, a chuva deve aumentar cerca de 30% ate 2100.

Importantes avanços também foram obtidos na compreensão do papel que a Amazônia desempenha no sistema climático, incluindo as emissões de gases de efeito estufa e a influência do clima, da atividade do fogo e do desmatamento no equilíbrio dos ecossistemas da floresta tropical. Um estudo quantificou os efeitos das emissões de queimadas no balanço de radiação solar da floresta amazônica próxima a Manaus e a Porto Velho. As medições realizadas pelos pesquisadores mostram que até 30% da radiação solar está sendo absorvida pelos aerossóis (partículas em suspensão na atmosfera) emitidos por esses incêndios. Atualmente, investiga-se os efeitos das altas concentrações de aerossóis sobre a saúde das populações locais.

Na área de Megacidades, estudos detectaram que os eventos extremos de chuva (superiores a 50 mm/dia) na cidade de São Paulo tornaram-se mais frequentes e intensos desde 1960, e que esse aumento deve-se mais à urbanização - o efeito de 'ilha de calor urbano' - do que às mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global. Paralelamente a essas investigações, esse grupo de pesquisa gerou mapas de vulnerabilidade à mudança climática para a Região Metropolitana de São Paulo e um mapa preliminar para as enchentes, deslizamentos de terra e impactos na saúde para a cidade do Rio de Janeiro.

Ainda no âmbito do INCT-MC, foi lançada a segunda versão do Sistema de Informação para a Redução de Risco de Desastres Naturais (Sismaden) -, que inclui várias melhorias e correções em relação à primeira versão (www.dpi.inpe.br/sismaden). O Sismaden é uma ferramenta gratuita, disponibilizada na Internet, que fornece dados e informações sobre desastres naturais iminentes.

Com a utilização do sistema, instituições sociais e esferas governamentais (como a Defesa Civil) podem prever a ocorrência desses eventos com alguns dias de antecedência, possibilitando a tomada de decisões e providências que minimizem seus impactos, salvando vidas e patrimônios.

Mais informações no site do INCT-MC: http://www.ccst.inpe.br/inct

Fonte: Ascom do MCT

Erosão da biodiversidade é tema de palestra


O palestrante é o pesquisador e professor da University of East Anglia (Norwich, UK), Carlos Peres. Como parte da programação dedicada ao Ano Internacional das Florestas, o Museu Paraense Emílio Goeldi (Mpeg), o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia - INCT Biodiversidade e Uso da Terra na Amazônia e o Programa de Pesquisas em Biodiversidade - PPBio Amazônia Oriental promovem amanhã (3), às 10h, a palestra Erosão da biodiversidade compromete os serviços ecossistêmicos das florestas amazônicas.

O palestrante é o pesquisador e professor da University of East Anglia (Norwich, UK), Carlos Peres, PhD em Ecologia Tropical e Conservação pela Universidade de Cambridge (UK). Peres é graduado em Agronomia Tropical e Ciências Biológicas, tem ampla experiência em estudos de biodiversidade Neotropical, com abordagem multi-taxonômica e tem colaborado com diversos grupos de pesquisa no Brasil e no exterior, tanto em projetos no campo da zoologia quanto da botânica, na interpretação de padrões de distribuição de espécies e analise de perda de biodiversidade em diversos contextos.

Peres faz parte do INCT Biodiversidade e Uso da Terra na Amazônia, sendo um dos pesquisadores engajados no subprojeto Perda da Biodiversidade no Centro de Endemismo de Belém (PA), coordenado pelas zoólogas Marlúcia Martins (Mpeg) e Márcia Maués (Embrapa Amazônia Oriental)

Em sua estadia em Belém, o especialista cumpre uma agenda de reuniões com as equipes que desenvolvem estudos sobre vários grupos taxonômicos no âmbito do INCT Biodiversidade e uso da Terra na Amazônia e do PPBio Amazônia Oriental.

Serviço:
Palestra: Erosão da biodiversidade compromete os serviços ecossistêmicos das florestas amazônicas
Local: Auditório Paulo Cavalcante, Campus de Pesquisa do Museu Paraense Emílio Goeldi, na Avenida Perimetral, número 1901.

Fonte: Ascom MCT

UNFCCC lança portal para monitorar Acordos de Cancún


A Convenção Quadro da ONU sobre Mudanças do Clima espera que a ferramenta estimule o progresso dos tratados firmados na Conferência do Clima de 2010, que até agora não saíram do papel. Os representantes dos mais de 190 países reunidos no final de 2010 no México para discutir políticas climáticas para frear o aquecimento global, deixaram a Conferência do Clima de Cancún (COP 16) confiantes de que tinham realizado mais do que era esperado.

A COP16 estabeleceu um 'Fundo Climático Verde' que distribuirá US$ 100 bilhões ao ano em ajuda à adaptação e mitigação das mudanças climáticas, criou mecanismos para transferência de tecnologias limpas e propôs uma estrutura para a preservação das florestas.

Na época, a presidente da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC), Christiana Figueres, afirmou que "Cancún foi um grande passo, maior do que muitos imaginavam que seria possível e expandiu significantemente as opções para o combate ao aquecimento global. A ONU está pronta para ajudar a colocá-las em prática. O importante agora é agir".

O problema é que essa 'ação' está demorando a ocorrer. Mesmo as promessas da COP anterior, em Copenhague, ainda não foram cumpridas. Os US$ 30 bilhões prometidos em 2009 como parte do "fast start finance" para a adaptação e mitigação das mudanças climáticas nos países mais vulneráveis não apareceram.

"Ficaria surpreso se me mostrassem que a liberação de recursos já ultrapassou os dois dígitos", criticou o ministro do Meio Ambiente da Índia, Jairam Ramesh.

No que pode ser considerada agora como uma tentativa de estimular avanços para que os acordos firmados realmente saiam do papel, a UNFCC divulgou nesta segunda-feira (1) um novo website que permite o acompanhamento do progresso dos Acordos de Cancún.

O site tem logo em sua homepage uma barra com datas e ações que permite o entendimento do que está sendo feito para cumprir os compromissos firmados em 2010. Infelizmente, a barra mostra claramente que até agora praticamente nada foi realizado.

Além disso, o site disponibiliza todos os detalhes das negociações climáticas e as promessas específicas para cada área, como mitigação, adaptação e transferência de tecnologias. A agenda para este ano também pode ser conferida.

Com certeza, o website representa um passo a mais na transparência das políticas climáticas e tornará muito mais fácil acompanhar os rumos das negociações, que no momento começam a aquecer.

Quioto

Outro sinal de que a UNFCCC está disposta a por as coisas para funcionar foi a declaração em Tóquio de Christiana Figueres, que afirmou que o Japão deve repensar sua posição e aceitar uma extensão do Protocolo de Quioto, que expira no final de 2012.

"Vocês investiram muito na infraestrutura do Protocolo. Rejeitar tudo isso será um desperdício de tempo e dinheiro. Só Quioto pode usar os mecanismos criados para ele", explicou Figueres.

O governo japonês, porém, rebateu dizendo que um item presente nos Acordos de Cancún permite que o país continue usando o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e outras ferramentas de Quioto mesmo não fazendo mais parte do Protocolo.

As indústrias japonesas estão bastante envolvidas com os mercados de carbono mundiais, principalmente com Esquema Europeu de Comércio de Emissões (EU ETS), pois precisam comprar créditos para cumprir as metas estabelecidas pelo governo.

Japão, Rússia e Canadá são os maiores opositores à extensão de Quioto porque acreditam que o Protocolo não é mais viável por deixar de fora os dois maiores emissores de gases do efeito estufa, Estados Unidos e China. Os três países preferem que um novo acordo climático global seja estabelecido.

Pressão

Quem também não está contente com os rumos das negociações é o grupo chamado Basic, formado por Brasil, África do Sul, Índia e China, que se reuniu no último fim de semana em Nova Deli e divulgou uma nota afirmando que os Acordos de Cancún não substituem o chamado Bali Road Map.

O grupo está se referindo ao conjunto de decisões firmado em 2007 na Conferência do Clima da Indonésia.

"Existe um grande número de questões presentes no Bali Road Map que não foram contempladas em Cancún, em particular as referentes a direitos de propriedade intelectual e de comércio, que são muito importantes para o Basic. Faremos de tudo para que esses tópicos voltem a ser discutidos", afirmou Jairam Ramesh.

Além disso, o grupo questiona a validade das promessas de Cancún, uma vez que nem as de Copenhague começaram a ser cumpridas. "Não há porque se falar em um 'Fundo Climático' se nem uma fração dos US$ 30 bilhões prometidos em 2009 como financiamento rápido foi liberada", explicou o ministro do Meio Ambiente indiano.

O comunicado do Basic afirma ainda que para que o grupo apoie um acordo climático global em Durban em 2011 será preciso: a extensão do Protocolo de Quioto ou dos compromissos sob ele, a criação de um mecanismo de monitoramento das ações climáticas em todos os países e a adoção de metas ambiciosas de redução de emissões nas nações desenvolvidas.

Com certeza as negociações climáticas têm pela frente um ano cheio de debates e decisivo no que diz respeito a criação de um acordo internacional para frear as emissões de gases do efeito estufa e para mitigar os efeitos do aquecimento global. (Fabiano Ávila)

Fonte: Instituto Carbono Brasil

terça-feira, 1 de março de 2011

Semente extraterrestre da vida


Um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos descobriu evidência da emissão, por meteorito primitivo, de nitrogênio, elemento químico fundamental encontrado em todos os organismos terrestres. Sandra Pizzarello, da Universidade do Estado do Arizona, e colegas analisaram um meteorito que contém carbono e foi encontrado na Antártica. O estudo será publicado esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Para determinar a composição molecular de compostos insolúveis encontrados no meteorito, o grupo coletou amostras que foram tratadas com água em altas temperatura e pressão. A massa dos componentes resultantes foi analisada e os cientistas verificaram que emitia amônia (NH4) - um precursor importante para moléculas biológicas complexas, como aminoácidos e DNA - na água em torno.

Os pesquisadores analisaram os átomos de nitrogênio na amônia e determinaram que os isótopos atômicos não se encaixavam com os encontrados atualmente na Terra, descartando a possibilidade de que a amônia pudesse ter resultado de contaminação durante o experimento.

Estudos têm tentado sem sucesso identificar a origem da amônia responsável por desencadear a formação das primeiras biomoléculas na Terra. A nova pesquisa sugere que meteoritos, que carregam com eles registros da química nos primórdios do Sistema Solar, podem ter semeado a Terra com os precursores moleculares da vida.

O artigo Abundant ammonia in primitive asteroids and the case for a possible exobiology (doi:10.1073/pnas.101496110), de Sandra Pizzarello e outros, poderá ser lido em breve por assinantes da Pnas em www.pnas.org/cgi/doi/10.1073/pnas.101496110.

Fonte: Agência Fapesp

Sistema de alerta via SMS pode minimizar impactos de deslizamentos


Mensagens para celulares podem ajudar a evacuar as áreas de risco. Um software de envio de mensagens curtas (SMS) para celulares, desenvolvido na Universidade Federal Fluminense (UFF), pode ser um aliado inteligente para alertar a população que se encontra em áreas de risco de deslizamentos.

Trata-se do SMSalva-vidas, um produto de inovação tecnológica da universidade que já está à disposição do poder público, para se tornar uma ferramenta de uso gratuito. De acordo com o coordenador do projeto e pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação da UFF, Antônio Cláudio Nóbrega, a iniciativa pode ajudar a suprir uma lacuna frequentemente deixada de lado nas estratégias de prevenção de acidentes: a informação. "A capilarização da informação é uma importante peça no processo de alerta de desastres e os celulares são instrumentos de comunicação de amplo alcance, especialmente para quem vive em áreas de risco", justifica o professor.

A ideia de empregar o software para ajudar a minimizar as consequências dos desastres ambientais surgiu como um desdobramento do projeto Uso de serviços de mensagens curtas (SMS) personalizadas para a melhoria da adesão dos pacientes ao tratamento do diabetes mellitus, contemplado pela Faperj com o edital Apoio ao Desenvolvimento da Tecnologia da Informação no Estado do Rio de Janeiro, em 2010.

A motivação para desenvolver essa vertente de trabalho paralela partiu dos deslizamentos que castigaram a região serrana fluminense no início de janeiro, quando muitos moradores de áreas de risco ignoravam a gravidade do perigo que corriam. "O projeto inicial, também em andamento, desenvolveu um sistema de envio de SMS para ajudar a monitorar pacientes com diabetes que recebem tratamento pelo Hospital Universitário Antônio Pedro. Resolvemos, então, aproveitar a tecnologia deste mesmo software para alertar populações de áreas de risco de deslizamentos", conta. 

O sistema consiste no cadastramento do máximo de pessoas de uma localidade, com endereço e respectivo telefone celular, que são georreferenciados num mapa do município. A partir daí, o gestor público pode marcar as regiões segundo os graus de risco - intermediário, iminente ou provável - e enviar informações fundamentais para prevenir desastres, como 'chuva perigosa' ou 'evacuar imediatamente'. "As mensagens georreferenciadas de alerta são enviadas imediatamente para os celulares de acordo com a localização específica de cada morador cadastrado dentro de uma área, de modo personalizado. É muito diferente de enviar mensagem padrão para todos ou colocar uma sirene para todos, que pode gerar pânico generalizado e piorar a situação", explica Nóbrega.

Fonte: Agência UFRJ

Pesquisadores da UFMG retornam da segunda expedição à Antártica


A segunda expedição da primeira pesquisa brasileira na área de ciências humanas na Antártida foi concluída depois de uma viagem de 45 dias. A expedição deu sequência ao projeto que visa conhecer, do ponto de vista da Arqueologia e da Antropologia, o processo de ocupação humana do território antártico. A primeira viagem foi em janeiro de 2010 e a terceira está prevista para janeiro de 2012.

Liderada pelo professor do Departamento de Antropologia e Sociologia da UFMG, Andrés Zarankin, a equipe partiu no início de janeiro e coletou vários objetos, indicativos da ocupação humana na Antártica, nas escavações realizadas nas ilhas Shetland do Sul.

Acondicionados numa câmara frigorífica, os materiais virão para o Brasil num navio que chega no início de maio. "Estamos trazendo uma coleção bem interessante em termos de quantidade e qualidade", destaca o professor, que foi pela segunda vez à Antártida pela UFMG, juntamente com a mestranda Sarah Hissa, do programa de pós-graduação em Antropologia, e Luis Guilherme Resende, doutorando UnB.

Integraram a equipe a professora Yacy-Ara Froner Gonçalves, do Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis (Cecor) da Escola de Belas-Artes da UFMG, Nelson Soto, doutorando da Universidade Catolica del Norte (Chile) e Elisângela de Morais Silva, mestranda do programa de pós-graduação em Antropologia da UFMG. Os três foram a Antártica pela primeira vez.

"Acessamos sítios arqueológicos nunca antes acessados e conseguimos um volume maior e mais significativo de materiais. Foram mais de 10 sapatos, muitos cachimbos, garrafas, louças, uma luva inteira de mais de 220 anos. São materiais muito interessantes, ficamos muito satisfeitos com a expedição", salientou, ao informar que todos os objetos serão conservados e estudados para identificar a vida cotidiana dos primeiros habitantes do território Antártico, mais especificamente nos sítios arqueológicos do princípio do século 19, localizados nas ilhas Shetland do Sul.

Conservação 

A professora Yacy-Ara Froner acompanhou a equipe de arqueologia na coleta de campo e cuidou da limpeza superficial de sedimentos, secagem e embalagem para evitar impactos no transporte. Yacy-Ara, que chefiou o laboratório de conservação e restauração do Museu de Arqueologia e Etnografia da USP, fez também acompanhamento fotográfico e controle de temperatura e umidade locais para monitorar o comportamento dos materiais na migração para situação climática muito diferente no Brasil. Os objetos (em couro, metal, madeira, tecido, ossos, vidros e cerâmicas) encontrados na expedição deste ano serão tratados no Laboratório de Ciência da Conservação (Lacicor), onde já estão os objetos vindos da expedição de 2010.

Segundo Yacy-Ara, as análises têm papel duplo. "Elas geram informações arqueológicas e dão subsídios para definição das técnicas de preservação, incluindo os produtos para conservação", afirma a professora da Escola de Belas-Artes, que atuou como consultora para acervos antropológicos no Museu Nacional da UFRJ.

A equipe de pesquisadores apresentará este ano, de acordo com o professor Zarankin, um projeto para a elaboração de um mapa arqueológico de todos os sítios das ilhas Shetland do Sul. "Será um projeto em parceria com a Argentina e Chile que começa a ser executado a partir de 2013", acrescentou.

Fonte: Ascom da Cedecom/UFMG

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Bacia hidrográfica poderá determinar gestão de recursos hídricos


O projeto do deputado Weliton Prado (PT-MG) é idêntico ao PL 3522/08, do ex-deputado José Fernando Aparecido de Oliveira (PV-MG), arquivado ao final da última legislatura. No Brasil, a duração da legislatura é de quatro anos.

O autor pretende tornar a gestão menos dependente das decisões e da atuação dos órgãos públicos e com maior participação da sociedade - usuários da água e/ou pessoas e instituições com interesse no setor.

Pelo projeto serão necessários planos estaduais de recursos hídricos para o acesso das unidades da Federação a recursos e avais da União destinados ao setor.

Prado explica que tal condição foi a solução encontrada para corrigir um problema: apesar de haver consenso geral sobre a necessidade desses planos estaduais, eles não são legalmente obrigatórios, tendo em vista que lei federal não pode impor tal obrigação a outros entes federados.

Aplicação dos recursos

De acordo com a proposta, a arrecadação pela cobrança do uso dos recursos hídricos será feita pelas agências de águas, atendendo a decisões e orientações dos correspondentes comitês de bacias hidrográficas.

Os valores arrecadados passam a ser aplicados exclusivamente na mesma bacia hidrográfica em que foram gerados, e não mais apenas prioritariamente, como estabelece a lei atual.

Segundo Prado, esta mudança visa reforçar a gestão participativa e também o sentido pedagógico da cobrança, ressaltando, para o usuário, "o valor da água utilizada e a necessidade de enfrentar o problema da sua escassez".

Tramitação - O projeto terá análise conclusiva e rito de tramitação pelo qual o projeto não precisa ser votado pelo Plenário, apenas pelas comissões designadas para analisá-lo. O projeto perderá esse caráter em duas situações: - se houver parecer divergente entre as comissões (rejeição por uma, aprovação por outra); - se, depois de aprovado ou rejeitado pelas comissões, houver recurso contra esse rito assinado por 51 deputados (10% do total). Nos dois casos, o projeto precisará ser votado pelo Plenário das comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; de Minas e Energia; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte: Agência Câmara

Nova fibra óptica


Em artigo a ser publicado na revista Advanced Materials, John Badding, professor de química na Universidade Penn State, e colegas descrevem a nova classe de fibra óptica que permite, segundo os autores, manipulação mais eficiente da luz e poderá ser usada no desenvolvimento de tecnologias de laser mais versáteis para uso em medicina ou como sensores ambientais e químicos.

Segundo Badding, as fibras atuais são limitadas por empregarem vidro em seu interior. "Vidro tem um arranjo de átomos aleatório. Por outro lado, o seleneto de zinco é altamente ordenado, o que permite com que a luz seja transportada por comprimentos de onda mais elevados, especialmente no infravermelho médio", disse.

Diferentemente do vidro, cujo elemento básico é a sílica, o seleneto de zinco é um composto semicondutor. "Sabemos há muito tempo que se trata de um composto de muita utilidade em potencial, capaz de manipular luz de maneira impossível para a sílica. A questão era conseguir aplicar o seleneto de zinco em uma estrutura de fibra, algo que até então não havia sido feito", disse Badding.

Por meio do uso de uma nova técnica de depósito químico de alta pressão, desenvolvido por outro autor da pesquisa, Justin Sparks, também da Penn State, os cientistas foram capazes de depositar seleneto de zinco no interior de capilares de vidro, formando a nova classe de fibras ópticas.

O grupo verificou que a nova fibra se mostrou mais eficiente na conversão de luz de uma cor a outra. "O seleneto de zinco, por meio de um processo chamado de conversão de frequência não linear, tem mais capacidade de alternar as cores", disse Badding.

Em novos testes, os pesquisadores descobriram que a nova fibra é mais versátil não apenas no espectro visível, mas também no infravermelho, com comprimentos de onda maiores. A tecnologia atual de fibra óptica não transmite luz infravermelha.

A novidade abre caminho para o desenvolvimento de fibras que atuem como lasers infravermelhos. Os autores do estudo apontam que tal tecnologia poderá se mostrar útil em detectores de poluentes e de toxinas, em radares ou na área médica, principalmente em cirurgias.

Fonte: Agência Fapesp

Projeto institui Crédito Verde para agricultores


Tramita na Câmara o Projeto de Lei 36/11, que institui o Crédito Verde - Crédito Ambiental de Incentivo aos Agricultores Familiares e Produtores Rurais. O objetivo da iniciativa, segundo seu autor, deputado Weliton Prado (PT-MG), é incentivar a criação de áreas de preservação ambiental. O projeto é idêntico ao PL 2364/07, do ex-deputado José Fernando Aparecido de Oliveira, que continua em análise na Câmara.

Para ter direito ao crédito, o interessado deve averbar no cartório de registro de imóveis "áreas ambientalmente importantes do ponto de vista da biodiversidade". Tais áreas deverão ter restrição de uso no mínimo semelhante à prevista para a reserva legal àrea localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas. O tamanho da reserva varia de acordo com a região e o bioma: - Na Amazônia Legal: 80% em área de florestas, 35% em área de cerrado, 20% em campos gerais; - Nas demais regiões do País: 20% em todos os biomas e a preservação deverá ser garantida por, pelo menos, 10 anos.

Servidão florestal
Segundo a proposta, também terá direito ao crédito o proprietário rural que instituir a servidão florestal. Pelo Código Florestal (Lei 4.771/65), ao adotar esse regime, o proprietário renuncia, em caráter permanente ou temporário, a direitos de supressão ou exploração da vegetação nativa localizada fora da reserva legal e da área com vegetação de preservação permanente.

Para garantir as verbas ao Crédito Verde, o projeto cria o Fundo Nacional de Incentivo à Preservação Ambiental. O fundo receberá parte da arrecadação com multas por infração ambiental, dotações orçamentárias da União e doações de pessoas físicas, jurídicas e agências de cooperação internacional.

As formas de pagamento do Crédito Verde serão definidas em regulamento posterior à aprovação do projeto.

Aquecimento global - Prado lembra que o Brasil ocupa a quarta posição entre os maiores emissores de gases responsáveis pelo aquecimento global. As emissões nacionais devem-se principalmente às queimadas e ao desmatamento ilegal.

Uma das formas mais eficientes de reduzir a devastação ambiental, na opinião do deputado, consiste na remuneração por serviços ambientais prestados. "Os instrumentos econômicos vigentes estimulam um modelo de desenvolvimento predatório", sustenta.

O projeto prevê também a possibilidade de vinculação de áreas contínuas na forma de consórcio ou condomínio. "Essa alternativa visa a alcançar os pequenos produtores e os assentados", explica Prado.

Em 2010, a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara aprovou projeto sobre o mesmo assunto (PL 792/07), que cria o Programa Federal de Pagamento por Serviços Ambientais (ProPSA). Esse projeto ainda será analisado por duas comissões da Câmara.

Fonte: Agência Câmara

Ministério da Integração Nacional discute a criação de centros tecnológicos nos perímetros irrigados


Hoje ( dia 28) a tarde, em reunião no Ministério de Integração Nacional (MIN), será discutido o projeto de instalação de centros tecnológicos nos 38 perímetros irrigados do Nordeste. Esta proposta foi feita pelo deputado Ariosto Holanda (PSB-CE) ao ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, e discutida pelo ministro com 18 reitores do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), presidido por Cláudio Ricardo Gomes de Lima, reitor do Instituto Federal do Ceará (Ifce).

Conforme Holanda, o ministro disse que pretende lançar o projeto em 15 dias após o recebimento da proposta detalhada. O grupo de trabalho é formado por quatro reitores dos Institutos Federais, o diretor Paulo Beirão do CNPq, de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde, o diretor de Inovação da Finep, João Alberto DeNigri, o diretor de Desenvolvimento Tecnológico e Produção do Dnocs, Francisco Rennys, Ariosto Holanda, um diretor da Embrapa, um diretor da Codevasf e Ramon Rodrigues, do MIN.

A iniciativa chega no momento quando os perímetros irrigados ganharão maior envergadura institucional com a criação da Secretaria Nacional de Irrigação, anunciada este mês pela presidente Dilma Rousseff na reunião com os governadores do Nordeste em Aracaju (SE). Os institutos federais entrarão com a componente capacitação nos centros tecnológicos dos perímetros irrigados. Os alunos e os egressos dos cursos que formam técnicos e tecnólogos atuarão nos centros tecnológicos em interação com os irrigantes, levando o conhecimento. A proposta ainda inclui a criação de incubadoras de empresas nos perímetros irrigados, que agregarão à mão de obra dos irrigantes o conhecimento dos professores dos institutos federais e dos tecnólogos.

A formatação da proposta será acompanhada por Ramon Rodrigues, assessor do MIN cotado para ser o secretário nacional de irrigação, indicado ao Conif pelo ministro Fernando Bezerra.

Participou da reunião com o ministro o diretor de Desenvolvimento Tecnológico e Produção do Dnocs, Francisco Rennys. Ele disse já ter conversado sobre o centro tecnológico com o diretor do campus IFCELimoeiro do Norte, José Façanha Gadelha, e sobre a implantação de uma incubadora de empresas com tecnólogos e irrigantes no projeto Tabuleiros de Russas. Bezerra assegurou que o MIN tem recursos para as obras dos centros tecnológicos, mas não para custeio. O deputado informou já conversado com o CNPq, "que vai apoiar o projeto com bolsas".

Somam 38 os perímetros de irrigação do Dnocs e da Codevasf, todos carentes de assistência técnica, e ainda existe toda uma política para dizer que o pequeno irrigante não dá certo, só o grande - observa Holanda. O deputado informa que o diretor geral do Dnocs, ofereceu mil hectares dos perímetros Tabuleiros de Russas e Morada Nova para organizar empresas de tecnólogos, geralmente filhos de agricultores do interior, em lotes, associados aos irrigantes.

Embrapa - Outra frente de trabalho dos Institutos Federais foi aberta para o trabalho com a Embrapa. Holanda participou de encontro do PSB com o presidente da Embrapa, Pedro Arraes, e fez o que chama "uma provocação", para que a empresa disponibilize uma ação para os pequenos agricultores. De acordo com o deputado, a Embrapa tem solução para os problemas do homem do campo, contudo precisa aproximar esta solução dos pequenos agricultores, pois o conhecimento produzido pela companhia só está sendo aproveitado - e bem aproveitado - pelo agronegócio.

Segundo o parlamentar, Arraes disse ter o maior interesse em disponibilizar o balcão de resultados das tecnologias da Embrapa para os pequenos. Holanda propôs - e o presidente da Embrapa aceitou - a discussão da proposta com os reitores do Conif - para que os técnicos e tecnólogos dos Institutos Federais sejam os agentes de difusão das tecnologias da Embrapa entre os pequenos agricultores. (Flamínio Araripe)

Fonte: Jornal da Ciência

Autoridades brasileiras e chilenas preparam pauta de discussões para visita de Obama em março

As autoridades dos governos do Chile e do Brasil estão às voltas com os preparativos para a visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em março. Obama e a família – a mulher, Michelle, e as filhas Malia e Sasha - estarão em Brasília, dia 19; no Rio de Janeiro, dia 20; e, em Santiago, a capital chilena, dia 21. Depois, eles seguem para El Salvador.

No Chile, Obama pretende se reunir com os mineiros que se tornaram heróis nacionais depois que ficaram soterrados por 67 dias com o desabamento da Mina San José, no Deserto de Atacama.

No entanto, exatamente como os brasileiros, os chilenos querem que a agenda com o presidente norte-americano englobe os mais diversos temas – de questões sociais e raciais até econômicas, políticas e comerciais. No caso do Chile, os esforços são para formalizar um acordo de livre comércio entre os dois países.

“A visita do presidente Obama ao Chile e ao Brasil é, sobretudo, o reconhecimento da importância da América Latina. Hoje, o Chile é um país que vive um momento de estabilidade econômica e social. Isso deve ser lembrado”, afirmou o embaixador do Chile no Brasil, Jorge Montero. “Uma visita como esta, temos de aproveitar ao máximo.”

Ao passar pelo Brasil, Obama e a presidenta Dilma Rousseff devem assinar, pelo menos, dez acordos bilaterais. Um deles, estabelecendo a cooperação econômica e comercial na tentativa de reduzir as barreiras sanitárias para produtos como frutas e carne.

Os governos do Brasil e dos Estados Unidos devem também articular ações nas áreas de mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável. No último dia que estiver no Brasil, Obama visitará o Rio de Janeiro.

É possível que o presidente norte-americano visite, no Rio, uma comunidade onde há uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Obama também se prepara para participar de um evento público em que discursará, mas ainda não foi definido o local em que que isso ocorrerá. (Renata Giraldi)

Fonte: Agência Brasil